segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sarau

dezembro 05, 2011 // por EMEF - Rui Barbosa // , // Sem comentários

  
Turma 41, junto da Profª Márcia cantando
"O Menino da Porteira"
de Ségio Reis

Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava a figura de um menino
Que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo:
- Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando,
eu jogava uma moeda e ele saía pulando:
- Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando.


Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei,
mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada o menino não avistei.

 Apeei do meu cavalo e no ranchinho a beira chão
Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão
- Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão!
Quem matou o meu menino foi um boi sem coração!


Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
 Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.

A cruzinha no estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure, e eu precise ir atrás
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.


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Turmas 51 e 52, com as Profªs Vânia e Sueli
apresentaram duas poesias:


Mateando com a Mamãe
de Odilon Ramos 

Foi hoje. Agora a pouco. Eu fiz um mate assim, tão bem feitinho, cevado com tal jeito e tal carinho, que me lembrei assim, de relancina, o primeiro mate que tomei. Foi minha mãe que fez. E era tão doce, doce como ela era e ainda é. Eu era piá, um naquinho de gente e pra ganhar um mate eu esperava até que ele não fosse mais tão forte e nem tão quente. No beiral da porta da cozinha, que era de chão batido, varridinha com vassoura de guanxuma, eu me sentava e pedia manhoso: - Mãe, me dá um mate? E esperava, até que já dava pra dar um mate para o seu guri. Quantas lições de vida eu aprendi no mate doce que minha mãe fez. Aprendi obediência. Aprendi a ter paciência para esperar a minha vez. - Segura com as duas mãos! Não derrama! Não te queima! Não vá me mexer na bomba! Eram ordens... Mas tão brandas, dadas com tanta ternura. Da boca da minha mãe eu nunca ouvi um nome feio, nunca uma palavra dura. Guebuxa! Quanta saudade! Minha infância, mocidade, e aquele mate inocente, que sem ser forte, nem quente era tudo o que eu queria. Como eu ficava radiante e me sentia importante com aquela cuia de mate que a minha mãe me estendia. E foram mates de leite, às vezes mates de mel com açúcar, com canela, que a minha mãe fazia diferente a cada dia. Minha mãe agora está velhinha e espera horas, dias, meses sentadinha ou suspirando debruçada na janela. Que esse seu filho, gaudério, desgarrado, um dia desses sente do seu lado e tire um tempo pra matear com ela. Eu vou sim, mãezinha. Te prometo. Também estou cansado de matear sozinho. E quando eu bolear a perna no teu rancho, deixe que eu ceve um mate para nós. Um mate doce, que eu vou adoçar com meu carinho. Faço do autor as minhas palavras, hoje minha mãe não esta mais com nosco, mas com toda a certeza está mateando com o nosso patrão velho La das alturas, me aguardando para um dia possamos  tomar um mate juntito.


CHIMARRÃO
de Leonidas Camargo

Chimarrão é a bebida,
Preferida do meu pago
Vou sorvendo trago a trago
A água passa na garganta

A minha mão levanta
Te alcanço o meu chimarrão.
No inverno e no verão,
A minha sede espanta.

Chimarrão não tem hora,
O gaúcho á vontade
É símbolo da amizade
É o ritual do respeito
Eu bebo e esquento o peito
É a minha água preferida
Me faz bem esta bebida,
Não embriaga o sujeito.
 
Á tardinha, o sol reponta,
No rancho de costaneira,
Depois da lida campeira,
Na sombra do oitão.
Eu e a prenda e o peão,
Depois de mil andanças.
Numa mateada descansa,
Sorvendo um bom chimarrão.
 

Chimarrão, já virou moda,
Está nos bancos da praça.
Como se fosse uma taça,
Que se oferece ao campeão.
Nos ranchinhos ou nas mansões, 
Da humildade ao luxo.
É o bom hábito do gaúcho,
Das nossas tradições.

E se acaso o meu Deus,
Do céu mandar um aviso.
A jornada eu finalizo.
Dou adeus ao mundéu.
A bandeira será meu véu.
Vuo levar em meu caixão
Uma ciua de chiumarrão
Quero matear lá no céu.


Depois cantaram a canção
"Chimarrão"
dos Monarcas

Eu quero um chima, um chima chimarrão
Pra matar a sede, da tradição
Chimarrão lá na cozinha
É de relacionamento
Pra cevar o pai da moça
A consentir o casamento
Chimarrão já é gostoso
Mais gostoso ainda fica
Se é cevado e servido 
Por mão de moça bonita

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Os alunos da Turma 62: Sidinéia e Eliabe,
declamaram uma poesia.


1º Ano e 3º Ano 31, com as Profªs Angela e Letícia,
cantaram a música
(MÚSICA)


As Turmas 21, 22, 81, 71 e 72, com as Profªs Angela e Kátia
cantaram a música:
 O Professor
de Tânia Maya

Quem com pó de giz
Um lápis e apagador
Deu o verbo a Vinícius
Machado de Assis, Drummond?


Quem ensinou piano ao Tom?
Quem pôs um lápis de cor
Nos dedos de Portinari,
Picasso e Van Gogh?
Quem foi que deu asas a
Santos Dumont?


Crianças têm tantos dons
Só que, às vezes, não sabem
Quantos só se descobrem
Porque o mestre enxergou
e incentivou...


É, só se faz um país com professor
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim
Um país pra ensinar seus jovens eh
É, só se faz...
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim...
 

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A Aluna Ana Caroline tocou de Clarinete
"Espírito Enche a Minha Vida"


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