“Na infância ... bastava o sol lá fora e tudo se resolvia”.
Fabricio Carpinejar
A criança sente o mundo ao seu redor, de todas as formas e cores. É um tempo cheio de vida, de espera, de expectativas, de encontros e de desencontros, pois a infância é feita de experiências vividas, não importando o lugar, se na escola ou em casa, enquanto brinca a criança absorve tudo o que vê e ouve, por isso é preciso estarmos atentos para auxiliar em suas descobertas e que possam sonhar, se encantar, que tenham acesso às experiências as quais façam sentido à sua vida. Brincando a criança desempenha e vivencia diferentes personagens, desenvolve autonomia e sua criatividade sendo fundamental para seu desenvolvimento. Para a pesquisadora Gisela Wajskop (2016, s/p.) “[...] a linguagem própria da infância é a brincadeira de criança”.
Atendendo ao que está disposto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil, a brincadeira é um dos eixos estruturantes e o brincar um direito de aprendizagem. Compreendemos que enquanto brinca, a criança sente que é ela mesma, organiza suas emoções, pensamentos, como pessoa. Por isso podemos dizer que brincar é coisa séria. Consta na BNCC (2018, p. 38) como um direito de aprendizagem, que brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
Brincar também é inventar, criar,
construir. Brincando a criança está se transformando em pesquisadora, e o papel
do adulto será de incentivar, elogiar, apoiar e oferecer diferentes
possibilidades de brincadeiras. Dentro de suas possibilidades tudo pode virar
brinquedos e brincadeiras. Diversos materiais viram objetos de brinquedo como:
latas, cordas, madeiras, gravetos, tampas, panos, panelas, argila, terra,
areia, farinhas, tocos, pinhas, cascas e tudo se transforma. A natureza por si
só, é o melhor espaço e a melhor oferta de todos os brinquedos, “Talvez o
brinquedo mais bonito seja a argila, porque não é nada, mas pode se transformar
em tudo: modelar, amassar, produzir suas próprias esculturas”. Para Thomé e Mendonça
(2019, s/p.) “Quanto mais próximos estamos da natureza, mais próximos estamos
da nossa essência”.
Depois desse tempo em casa, tendo vivido outras experiências que são próprias da família, o retorno da criança à escola foi se tornando normal e a expectativa do encontro trouxe novas ideias, imaginação e alegria, o que aproximou a turma nos momentos de brincadeiras e interações, utilizando como base a natureza e o meio comum para a realização das atividades propostas. Sabendo das características próprias de ser criança e assim sendo, as brincadeiras tomam lugar importante no seu cotidiano.
Foi preciso fazer nosso melhor, mesmo que às vezes não houvesse condição para isso, porque a criança precisa aprender amassar, rasgar e recortar usando tesoura e colando com moderação suas atividades; usar o lápis, giz e todo material para desenhar e pintar; reconhecer círculos, quadrado, triângulo e retângulo; escrever seu nome reconhecendo a letra inicial; cantar, ouvir músicas e histórias com atenção e silêncio; reconhecer as letras do alfabeto; recitar pequenas poesias e rimas; ler nas imagens; reconhecer e nomear as cores; fazer sua higiene pessoal, no uso do banheiro, do papel higiênico e da escovação. Além de ter bons hábitos e atitudes no convívio com os outros, pois é nas interações com colegas e adultos que constitui seu modo de ser e de agir.
As experiências que a criança teve na escola, criaram oportunidades para ampliar o conhecimento de mundo.
0 comentários:
Postar um comentário